
Nesta estação, as luzes cintilam e brilham. Penduramos elas em nossas árvores, casas e, até mesmo, em nosso coração enquanto nos preparamos para abençoar aqueles a quem amamos e, muitas vezes, aqueles que nos amaram primeiro, com gestos de nossa afeição uns pelos outros em forma de presentes, refeições festivas, preparo de biscoitos, patinação no gelo, festas de natal e as melhores tradições familiares.
Então o Verbo se fez carne e habitou entre nós…
Não são apenas as luzes que estão no centro do natal, mas a própria Luz. De todos os quatro autores dos evangelhos, apenas o Evangelho segundo João retrata Cristo, o Salvador – Emanuel, que veio habitar entre nós – como Luz. O capítulo um de João ecoa propositalmente as linhas iniciais do relato da criação do Antigo Testamento, onde encontramos as primeiras palavras registradas de Deus: “Haja luz” (Genesis 1:3) juntamente com a identidade de seu Filho: (…) a verdadeira luz, que ilumina todos os homens. (João 1:9).
Quando Deus disse: “Haja luz”, o que Ele quis dizer foi: Jesus.
Mesmo no anúncio do nascimento de Jesus, a luz foi novamente decretada sobre as trevas. À noite, sob um céu estrelado nos campos ao redor de Belém, o anjo do Senhor apareceu aos pastores que vigiavam seus rebanhos. E quando o anjo revelou que o Senhor de toda a glória havia nascido e podia ser encontrado em origens humildes e modestas numa manjedoura, a luz da glória do Senhor brilhou ao redor dos presentes, iluminando mais uma vez as trevas (Lucas 2:14b).
Vimos a sua glória — a glória do unigênito, cheio de graça e verdade…
Escondidos sob a árvore de Natal, cintilando com luzes que nos lembram da Luz do mundo, a Palavra enviada por Deus como Seu dom de graça para o mundo, estão nossos próprios presentes, comparativamente humildes e modestos. Quando nossos filhos desejam espiar secretamente um ou todos os seus presentes de Natal antecipadamente, a emoção de receberem seu presente os faz acreditar que simplesmente não podem esperar mais. Eles se tornaram sobrecarregados por suas expectativas.
Nossos anjinhos compartilham algo em comum com os próprios anjos. 1 Pedro 1:11-13 explica que, quando Deus enviou o dom de Seu Filho como graça para o mundo, as verdades que envolvem o evangelho são coisas que os anjos anseiam vislumbrar (v. 13). Não é de admirar, então, que os anjos tenham reagido dessa forma à menção do nascimento de Emanuel: “De repente, um vasto exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens aos quais ele quer bem!’” (Lucas 2:13-14). É como se todo o céu estivesse sobrecarregado por seus desejos expectantes, e a hoste celestial tivesse que vir dar uma espiada. Afinal, o primogênito de toda a criação, Aquele por meio de quem e para quem todas as coisas foram criadas: coisas no céu (sim, o vasto exército reunido naquele campo) e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, poderes, governantes ou autoridades. Aquele que é antes de todas as coisas e em quem todas as coisas subsistem (ver Colossenses 1:15-17) apareceu milagrosamente entre a humanidade, assumindo sua forma, tornando-se voluntária e propositalmente menor até mesmo que os próprios anjos (Hebreus 2:7).
Que milagre! Que dádiva!
. . . que veio do Pai.
O Pai realmente se superou. Ele deu ao mundo o Dom que Continua a Dar: Seu Filho Jesus. E a obra consumada de Jesus na cruz, por sua vez, possibilitou que outro dom, o Espírito Santo, habitasse em nós e entre nós.
Mas o dom não parou por aí. No momento em que cremos no nome de Seu Filho, Jesus, recebemos o direito de nos tornarmos filhos do Pai, não nascidos de pais humanos ou por desejo humano, mas de Deus (João 1:13). Este Espírito de adoção em nós clama: “Aba, Pai!” E durante este tempo de desejos expectantes realizados, sentimos este Espírito se alegrando em nós quando cantamos: “Alegria ao mundo! O Senhor chegou!”
No Natal, quando nós e nossas famílias celebramos a Luz do Mundo que veio e passou a habitar entre nós, celebramos um membro amado de nossa família: Jesus. Neste Advento, enquanto celebramos Sua Primeira Vinda, recordando Seu nascimento, também aguardamos com expectativa Sua Segunda Vinda. As Escrituras revelam que, quando o Verbo encarnado retornar, virá na luz da glória, acompanhado de todos os anjos (Mateus 25:31). E, assim como o relâmpago que vem do oriente e brilha até o ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem (Mateus 24:7). Uma luz que iluminará eternamente as trevas.
Até lá, que cada Natal seja celebrado em família.





