
Há algumas semanas, minha família descobriu o mundo do dominó. Essa descoberta nos levou a uma maratona de vídeos de demonstrações com um grande número de peças caindo, às vezes centenas de milhares delas.
Se você nunca viu um, a ideia básica é que as peças de dominó são cuidadosamente posicionadas de forma que a queda da primeira peça crie uma reação em cadeia que derruba todas as outras, muitas vezes criando uma bela imagem ou um efeito divertido à medida que as peças caem. Durante dias, meus filhos imploraram para assistir a vídeos dessas reações em cadeia, e isso gerou ótimas conversas em casa sobre ações e consequências.
Nossas ações sempre têm consequências, sejam boas ou ruins. Muitos de nós já ouvimos a frase “colhemos o que plantamos”. Desde o início dos tempos, a humanidade colhe o que planta.
A traição de Adão e Eva ao seu Criador no Jardim do Éden deu início a uma reação em cadeia. Aquele primeiro pecado, há milhares de anos, foi o que, por assim dizer, derrubou o dominó. E cada um de nós que virá depois deles nasce agora em pecado, com o destino traçado em uma trajetória acelerada rumo à destruição.
Sabemos que o salário do pecado é a morte (Romanos 3:23), e podemos sentir o peso do pecado em nossas vidas todos os dias, especialmente durante a época natalina. Entre goles de chocolate quente e a decoração da árvore, ficamos mais conscientes das consequências do pecado durante as festas de fim de ano. Talvez lamentemos a ausência de um familiar no Natal devido a relacionamentos rompidos. Somos tentadas e atraídas pelo consumismo enquanto buscamos as melhores ofertas. A ganância nos impulsiona a buscar incessantemente mais para comprar. O orgulho nos leva a nos esforçarmos para apresentar nossa melhor imagem, preocupando-nos mais com nossa própria reputação do que com a de Jesus.
Embora esses sejam apenas alguns exemplos, não há dúvida de que, mesmo em uma época dedicada a celebrar a Encarnação de Jesus Cristo, o pecado leva a consequências. Todos nós semeamos o pecado. Deixados à nossa própria sorte, nossos efeitos continuariam a se acumular, até colhermos a morte que nosso pecado merece.
Mas se há algo que sabemos sobre o nosso Deus, ao qual nos apegamos mesmo nos momentos mais sombrios, é que Ele não nos abandonou. Em vez disso, Ele entrou em nosso mundo e assumiu as consequências dos nossos pecados. Ele não ignorou nossos pecados nem fingiu que eles não existiam. Em Seu amor e misericórdia, Ele assume a dor e o sofrimento que advêm da nossa traição e infidelidade e muda completamente o rumo das nossas vidas – afastando-as da destruição e conduzindo-as à paz.
Dessa forma, Deus consegue ser justo e amoroso, reto e misericordioso, santo e gracioso. Sua natureza justa, reta e santa exige a punição pelo pecado, assim como não há como parar os dominós depois que começam a cair; Deus não seria Deus sem buscar justiça contra a injustiça no mundo. Mas Sua natureza amorosa, misericordiosa e graciosa intervém em nossa confusão e Ele paga a punição por nós. Ele não nega a necessidade de justiça. Ele cumpre essa promessa por meio do sacrifício de Jesus Cristo e, em seguida, nos convida à paz com Ele. Mas esse sacrifício de amor teve um preço: uma morte brutal em uma cruz de madeira dolorosa e lascada.
E agora, colhemos as bênçãos do sacrifício de Jesus. De Sua morte vem o dom gratuito da justiça. Paulo escreve à igreja em Roma que “assim como a condenação veio por meio de uma só transgressão, também por meio de um único ato de justiça veio a justiça para a vida de todos” (Romanos 5:18).
O Reino de Deus é um reino invertido, que parece insensato para aqueles que não O conhecem. Sem Deus, colhemos o que semeamos: pecado e morte. Mas Deus, em Sua graça, nos ofereceu um presente: colher o que Ele semeou, perdão e vida.
Hoje, encorajo você a dedicar alguns minutos para refletir sobre o que ganhamos com o sofrimento de Cristo.
Feridas que trazem cura.
Suas feridas trouxeram nossa cura. O salmista proclama no Salmo 147:3 que Deus cura os corações dos feridos.
Castigo que traz paz.
Seu castigo trouxe a nossa paz (embora o castigo fosse pelos nossos pecados, somente Jesus o suportou). Efésios 2:13-14 nos lembra que fomos aproximados de Deus pelo sangue de Cristo, que é a nossa paz.
Morte que traz vida.
Sua morte trouxe a nossa nova vida. Não subestime João 3:16 e a promessa de vida de Jesus a todos os que creem nele.
Amigas, que jamais minimizemos ou ignoremos o sofrimento do nosso Salvador que nos trouxe paz. Em meio à agitação do Natal, que não nos contentemos apenas em reservar alguns momentos de silêncio para refletir sobre o dom de Jesus. Permitamos que a paz que recebemos do nosso Salvador sofredor se instale profundamente em cada recanto do nosso coração, transformando cada relacionamento, desejo e sonho.
Assim como Ele se aproximou de nós, aproximemo-nos dEle com profunda gratidão, reverência e louvor. O dom de Deus não é algo passageiro; Seu dom continua a nos abençoar. Colhemos as bênçãos da Sua misericórdia e graça todos os dias, quando experimentamos o consolo que Ele nos dá por meio do Seu Espírito, a orientação que Ele nos oferece por meio da Sua Palavra e o propósito para o qual Ele nos chama através do Corpo de Cristo como embaixadores para um mundo perdido.
Neste Natal, meditemos no milagre de que, embora tenhamos semeado pecado e morte, podemos colher a vida e a alegria que vêm do conhecimento de Jesus Cristo, nosso Salvador sofredor, pela fé nEle.





